quinta-feira, 17 de junho de 2010

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Lennon Potter e o Prisioneiro de Azkaplast

Lennon Potter e o Prisioneiro de Azkaplast: Esse filme me rendeu o Oscar de melhor ator coadjuvante (foto abaixo)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

OSCAR


Premeação do Oscar 2004.

terça-feira, 20 de abril de 2010

ENFIM, VERDADE.

Estive à beira de um impasse. Quase entram em colapso minhas glândulas lacrimais em público. Assistindo, cansado, porém teimoso, as sábias palavras de certo candidato a nos representar lá na casa da fatiota. Esse dia eu havia comido fritura, e meu estômago já estava deveras revirado, algum pastel eu acho, recheado com o molho de alguma ave que não sei dizer.
Um senhor bem postado, aparentemente estudado, deve ser um daqueles que tem muitos amigos que o protegem. Homem de sorte, bons amigos aqueles que lhe aconselham, tanto que nem é preciso o tal agir por si, basta seguir os conselhos de seus queridos e executar. Em sua concepção: política prática, portátil, não suja, não fede, nem esmigalha. Não me parece ser o que parece ser, mas enfim. Chamou-me a atenção, o final do discurso, não por eu estar cansado, mas pela sóbria atitude totalmente anti-hipócrita, o tal discurso segue:
“Senhores e senhoras, povo brasileiro, venho em sã e boa voz, apresentar-lhes minhas propostas, cujas tenho como horizonte ideal de acordo fiel com minha convicção, sobre minhas aspirações para meu povo, meus filhos, meus netos, eu mesmo. Venho abrir-lhes os olhos, contra a hipocrisia e falsas borbulhas de veracidade intrincada e induzida, contra a falta de respeito com o povo desta “nação” brasileira. Atento-lhes, que não é este, apenas mais um discurso eleitoreiro o que venho lhes propor. Quero aqui, colocar as cartas na mesa, a transparência afável de palavras que vos dirijo deve vós acolher, como o pão que adentra suas casas diariamente. Apenas nas palavras sinceras de quem quer melhorar realmente a situação do país, deve-vos tomar como certa direção. Queremos, nos próximos anos, investir na educação de nossas crianças, nossos tão sofridos aposentados...”
Dali em diante eu já me lembrava como seria desde a última dessas que presenciei. Hora era de dar umas mordidas no pastel de ave para lembrar o gosto meio azedinho próprio seu. O senhor continua.
Bebia eu uns goles de uísque barato, entre precipitações do tipo: “fulano é o centro da incompetência, beltrano um zero à esquerda...”, quando mais, o apogeu: o povo chorava de emoção,não bastasse, guardara ele seu melhor número para o final, como de praxe nos espetáculos dos circos que íamos assistir com nossos tios de milésimo grau. Finaliza: “Sei o que vocês, cidadãos, querem desse país! Atitude, verdade, chega de mentiras, chega de enganar o povo, chega de hipocrisia, chega de hipocrisia, prometo mudar o país, o mundo, o universo, a China, Cuba, o inferno! Prometo por fim meus filhos, com toda a minha força, um dia, aprender a dizer a verdade o tempo todo, para provar, aqui vai a verdade: preciso ir meu povo, uma pomba cagou no meu paletó”.



CURIOSIDADES SOBRE OS BEATLES.


-Os Beatles fizeram 294 apresentações no Cavern Club, entre dezembro de 1960 e agosto de 1963 .
-Durante os cinco primeiros minutos da primeira apresentação dos Beatles no programa de tv americano "Ed Sullivan" em 1964, não houve assaltos nem homicídios nos Estados Unidos.
-Os Beatles foram os primeiros a fazer video clips de suas músicas. Eles estavam cansados de tocar diversas vezes em programas de TV, então decidiram gravar as músicas em vídeo e distribuir para as TVs. Os 2 primeiros clips foram: Paperback Writer e Rain. George Harrison disse na série Anthology: "De certa forma, inventamos a MTV"
-O disco Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band foi o primeiro disco no mundo a vir com um encarte com fotos e letras das músicas.
-Quem pensou no nome Beatles foi John Lennon.
-Ringo é o Beatle mais velho, nasceu em 07/07/40.
-George Harrison é o Beatle mais novo, nasceu em 25/02/43.
-Ringo teve diversos problemas de saúde quando criança. Ficou em coma por várias semanas aos 6 anos de idade. Com 13 anos ele teve pleurisia.
-Ringo foi o último integrante a se juntar aos Beatles. Ele foi bastante ofendido pelos fãns quando substituiu Pete Best na bateria dos Beatles. No seu primeiro show no Cavern Club (18 de Agosto de 1962), o público gritava sem parar: "queremos Pete".
-Antes do nome "The Beatles", a banda teve vários outros nomes: "The Quarrymen", "The Rainbow", "Johnny & The Moondogs", "Long John & The Silver Beatles" e "The Silver Beatles". Nessa época com o nome "The Silver Beatles" eles usavam apelidos bem estranhos: John Lennon era chamado de "Johnny Silver", Paul McCartney era "Paul Ramon", George Harrison era chamado de "Carl Harrison" e Stu Sutcliffe era "Stu Stäel".
-Os Beatles foram os primeiros a colocar trechos de trás para frente nas músicas, como em Strawberry Fields Forever, Blue Jay Way, Rain, Free As A Bird.
-Quem criou os famosos cortes de cabelo dos Beatles foi Astrid Kirchner, namorada de Stu Sutcliffe.
-Durante uma excursão em 1965 ao Canadá, um dos policiais da segurança dos Beatles chamava-se Pepper (e ele era sargento) .
-Após um show nas Filipinas foi marcado um jantar entre os Beatles e a primeira-dama desse país, mas os próprios Beatles não foram avisados. Com isso, ela ficou esperando por eles a toa no palácio. Ela se sentiu humilhada e no outro dia a caminho do aeroporto, os Beatles foram perseguidos por populares que tentavam linchá-los.
-O disco mais vendido dos Beatles é a coletânea chamada "1" lançada no ano 2000, que contém as 27 músicas de maior sucesso dos Beatles. Entre os álbuns dos anos 60, o título de campeão de vendas fica com Abbey Road.
-"All My Loving" e "And I Love Her" foram compostas para Jane Asher, que na época era namorada de Paul McCartney.
-"All My Loving" também foi a primeira música onde Paul fez a letra antes da melodia.
-A música "The Ballad Of John And Yoko" foi gravada apenas por John e Paul, sem a participação de George e Ringo. John cantava, tocava percussão e guitarra, enquanto Paul tocava piano, baixo, maracas e bateria.
-Paul McCartney também tocou bateria em "Back In The USSR" e "Dear Prudence".
-Paul McCartney tocou guitarra em várias músicas, como "Another Girl", "Back In The USSR", "Good Morning Good Morning", "Helter Skelter", "Paperback Writer", "Taxman", "Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band", "The End", "Ticket To Ride", "Why Don't We Do It In The Road", "And Your Bird Can Sing", "I Will", "I'll Follow The Sun", "I've Just Seen A Face", "Michelle".
-John Lennon tocou baixo em Back In The USSR, I'm Looking Through You, Rocky Raccoon, Helter Skelter, Let It Be, The Long And Winding Road.
-George Harrison tocou Cítara em Norwegian Wood, Love You To, e Within You Without You.
-Don't Bother Me foi a primeira música composta por George Harrison que saiu em um disco oficial dos Beatles. Ele compôs essa música em um quarto de hotel.
-As músicas "Got To Get You Into My Life" e "Day Tripper" fazem alusão às drogas.
-John Lennon compôs "Being For The Benefit Of Mr. Kite" inspirado em um pôster de circo (Pablo's Fanque Circus Royal).
-"When I'm 64" foi inspirada no pai de Paul McCartney, que tinha 64 anos.
-A música "Good Morning, Good Morning" foi inspirada em um comercial de cereais.
-A música Doctor Robert foi baseada em um médico americano, chamado Robert Freyman, que curava seus pacientes com drogas bem pesadas.
-O nome da música "Strawberry Fields Forever" refere-se ao orfanato do exército da salvação em Liverpool, chamado "Strawberry Fields".
-Ob-La-Di, Ob-La-Da significa "Life Goes On" no dialeto de uma tribo africana. Em português significa "A vida vai" ou "A vida vai bem".
-John gravou os vocais de Revolution deitado no estúdio.
-A música Helter Skelter chegou a ser gravada em uma versão de 27 minutos de duração. Essa gravação ainda existe, George Martin pensou em colocá-la no Anthology 3, mas além de ocupar um terço do CD, ele declarou que as pessoas não teriam paciência de escutar tudo.
-Paul fez a música Hey Jude para Julian Lennon, filho de John e Cynthia Lennon, para não deixá-lo triste com a separação dos seus pais. John trocou Cynthia por Yoko Ono.
-John Lennon teve inspiração para a música "Lucy In The Sky With Diamonds" após ver um desenho do seu filho Julian, de uma garota chamada Lucy, em um céu com diamantes. Muitos acreditavam que a música seria uma apologia às drogas, com seu nome sendo referência ao LSD. Lucy In The Sky chegou a ser proibida de ser tocada em alguns países.
-A música "Julia" é uma homenagem à mãe de John Lennon.
-John Lennon fez a música "Dear Prudence" para Prudence Farrow, filha da atriz Mia Farrow, que estava na Índia com os Beatles.
-"Sexy Sadie" foi feita como uma crítica de John Lennon ao guru Maharishi Mahesh Yogi. O grupo foi buscar ensinamentos espirituais com o guru na Índia, mas ele apenas tentava ganhar fama sobre a presença dos Beatles e conquistar a irmã da atriz Mia Farrow.
-Na música "Martha My Dear", Martha era o nome da cadela de Paul McCartney.
-Yoko Ono faz a voz de criança na música "The Continuing Story Of Bungalow Bill".
-O solo de guitarra de "While My Guitar Gently Weeps" foi feito pelo cantor e guitarrista Eric Clapton.
-Mick Jagger fez backing vocals na música "Baby You're A Rich Man".
-O solo da música "The End" do disco "Abbey Road" foi feito alternadamente por George, John e Paul.
-A música "Let It Be" foi composta após Paul ter tido um sonho com sua mãe, que havia falecido, e no sonho ela disse que tudo estaria bem.
-John e Paul fizeram uma apresentação como dupla, em 1960, no pub Nurk Twins em Bending, Berkshire.
-Paul compôs sua primeira música em 1955, quando ele tinha 14 anos, chamada "I Lost My Little Girl".
-A primeira música dos Rolling Stones (I Wanna Be Your Man) foi dada de presente por John e Paul.
-Os Beatles venderam quase 2 bilhões de discos e fitas até hoje.
-O primeiro nome da música "Yesterday" foi "Scrambled Eggs" (ovos mexidos).
-Além disso, Yesterday é a música que foi gravada o maior número de vezes por diferentes cantores.
-O primeiro nome da música Eleanor Rigby foi "Daisy Hawkins". Nenhum dos 4 Beatles tocava instrumentos nessa música. Ela foi gravada por uma orquestra e com vocais de Paul McCartney.
-O título original de "Hey Bulldog" era "You Can't Talk To Me".
-O título original de "For No One" era "Why Did It Die".
-O título original do disco "Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band" era "Dr. Pepper".
-O disco "Please Please Me" foi quase todo gravado em apenas um dia (11 de Fevereiro de 1963).
-O disco "Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band" foi produzido em 129 dias, em 700 horas.
-O título original do "White Album" era "A Dolls House" ("A Casa das Bonecas", nome tirado de uma peça teatral de Henrik Ibsen).
-A primeira aparição dos Beatles na TV americana foi dia 03/01/64, no programa de Jack Paar, onde ele exibiu uma versão ao vivo de "She Loves You".
-Os assistentes de palco (Roadies) dos Beatles eram Neil Aspinall e Mal Evans.
-Durante as gravações do White Album, Ringo chegou a sair dos Beatles por duas semanas, após uma briga com Paul.
-Nas gravações do disco Abbey Road, os Beatles já estavam brigados entre si, e decididos a acabar com a banda; com isso não tocavam mais juntos, cada um gravava sua parte das músicas do disco separadamente.
Eu, tu
Nós, vós
Sem voz
Já jaz

Já foi
Em paz
Sem paz
Nós, vós

Sem som
Luz não
Sem sim
Só não

Pra mim
Nós, vós
A sós
Assim

Foi, é, será
Teve, tem, terá
Quando, quem, que nem
Vir, ir, voltar

De pé
No chão
No pó
A pé

Nem mão
Sem mãe
Irmão
Nem vó

Solar
Lunar
Rota
Orbital

Vitrô
Mural
Pintor
Do som

Falta
Força
Falha
Nós, vós
O que será? – por Mino Carta
Proponho um teste: quem pronunciou a seguinte sentença? “Não se deve pensar no Estado da inércia, da improdutividade. O Estado deve ser forte, não obeso. Forte em seu papel de cumprir as funções básicas e ativar o desenvolvimento, a justiça social e o bem-estar da população.” Respostas: a) Karl Marx; b) Antonio Gramsci; c) José Serra; d) Lenin; e) Dilma Rousseff. Não obrigo os leitores a procurar na última página desta edição a resposta correta, colocada de cabeça para baixo. Digo logo: resposta C.
A apreciação do pré-candidato tucano à Presidência da República consta da entrevista que ele deu à Folha de S.Paulo, publicada no domingo 11. Excluído do teste, obviamente, o público do jornal. Talvez haja quem se surpreenda com uma declaração que coincide, ao menos na essência, com algumas anteriores feitas pela pré-candidata Dilma Rousseff. Os meus afáveis botões murmuram em surdina que a mim não cabe surpresa. Com sua definição a favor do Estado ativo (o adjetivo é dele), Serra foi certamente sincero.
Outra situação que não justifica espantos é o entusiasmo da mídia nativa com o lançamento da candidatura do ex-governador, sábado 10. De volta aos botões, eles sentenciam: é a beatificação em vida. Foi de fato uma apoteose, com o condimento das lágrimas de Fernando Henrique e da súbita empolgação de Aécio Neves. Sobram aspectos da cobertura midiática de compreensão intrincada, se não francamente impossível. Se Dilma fala em Estado forte, o pânico coa das páginas e do vídeo. Em compensação, a Serra tudo se permite. Será que editorialistas, colunistas, articulistas, repórteres não levam Serra a sério quando usa argumentos banidos do catecismo dos herdeiros do udenismo velho de guerra? E apostam então na ação concentrada do tucanato para conter os arroubos de um ex-cepalino ainda sob contágio? Talvez. Coisa certa: a mídia nativa está contra Lula, desde sempre, e contra sua candidata. Portanto, a favor de Serra. Favor? Algo mais do que isto, como se no firmamento as estrelas tremelicassem em desespero.
A campanha que esboça é, porém, antiga, anacrônica, mofada igual às roupas da bisavó nos baús do sótão. O propósito continua a ser a semeadura do medo. Funcionou contra Getúlio em 1950, contra JK, contra Lott, contra Jango. No golpe de 64. E contra as Diretas Já e contra Lula em 1989, aquele momento em que o presidente da Fiesp, Mario Amato, vaticinou o êxodo da burguesia caso vencesse o fundador do PT. Com a candidatura de Fernando Henrique, tudo ficou fácil, os graúdos e sua mídia enamoraram-se dele. A vitória do ex-metalúrgico muda o quadro em 2002 e 2006. Fica provado que o jornalismo pátrio com suas aulas de pavor não chega lá. Chegaria agora? Lula não cativou apenas seu povo, que de resto é maioria. Cativou também largos setores do empresariado nacional que a mídia insiste em pretender assustar quando denuncia o ódio, pretensamente estimulado pelos governistas em um confronto entre ricos e pobres e entre Sul e Norte.
Os editoriais dos jornalões clamam contra a ideia do plebiscito, como se toda eleição não implicasse o confronto entre as realidades do passado e as promessas do futuro, e como se os índices de rejeição de FHC não alcançassem a abóbada celeste. Sim, Dilma é a candidata de Lula. Serra, entretanto, é a figura política que cresceu à sombra de Fernando Henrique, o amigo inseparável sob a batuta de Sergio Motta, o parceiro cativo. Como escapar a esta circunstância? Houve tentativas de tirar o ex-presidente da ribalta. Em vão. Ali está ele, a reivindicar seu lugar na história e o próprio Serra não consegue fugir à injunção de recomendá-lo aos pósteros e de lhe provocar a comoção.
A mídia malha Lula sem perceber que, desta maneira, endossa o conceito do pleito plebiscitário. Mostra, antes de mais nada, é seu medo, em face de uma candidata que absorve o prestígio de quem a ungiu. Um ponto permanece obscuro: resta saber se a mídia nativa, desta vez e finalmente, dirá quem apoia, em lugar de alegar uma imparcialidade fajuta. A bem da verdade factual.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Um pouco mais de sacanagem
Mais garrafas vazias
Um pouco menos de politicagem
Menos paisagens frias

Uma porção a menos de monotonia
Quinhentos gramas a mais de desejo
Mil gotas a menos de medo
Mais subtração na enfermaria

Milhões a mais desaparecem
Sete pragas no deserto
Dez por cento os que enriquecem
Vinte quatro horas de um inseto

Um destino afeta mil
Dez mandamentos pra queimar
Vinte balas de fuzil
A vinte inocentes a matar

Um pouco mais de esperança
Mais sepulturas vazias
Um pouco menos de vingança
Mais noites e menos dias

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Pois é...



"É a mesma dança na sala
No Canecão, na TV
E quem não dança não fala
Assiste a tudo e se cala
Não vê no meio da sala
As relíquias do Brasil
Doce mulata malvada
Um LP de Sinatra
Maracujá, mês de abril
Santo barroco baiano
Super poder de paisano
Formiplac e céu de anil
Três destaques da Portela
Carne seca na janela
Alguém que chora por mim
Um carnaval de verdade
Hospitaleira amizade
Brutalidade, jardim"
"Geléia Geral", Gilberto Gil.

Artigo bem legal sobre o tropicalismo no Brasil.

http://www.artigonal.com/educacao-artigos/tropicalismo-uma-interpretacao-do-brasil-1083717.html

Cálice (Cale-se)

http://www.youtube.com/watch?v=wV4vAtPn5-Q
OS GRANDES CULPADOS - Juremir Machado da Silva

Como diz o ditado, o pior cego é o que não quer ver para não enxergar. Os grandes culpados pelos nossos males estão bem diante dos nossos olhos. Qualquer um que tenha equilíbrio e não esteja desvirtuado por ideologias ou interesses pessoais é capaz de listar esses culpados sem qualquer margem de erro. É só uma questão de honestidade intelectual e de objetividade. Pegue-se qualquer um destes problemas – caso Daniel Dantas, infrações de trânsito, acidente na construção do metrô de São Paulo, corrupção, financiamento ilegal de partidos no Rio Grande do Sul, adultério –, e o culpado será facilmente identificado.
Quem é o maior culpado pela imagem de decadência moral das nossas elites? As decisões do STF privilegiando os ricos? Claro que não. Isso é puro desconhecimento dos complexos mecanismos da ciência jurídica. O culpado é um só. Aliás, culpadas: as algemas. Basta parar de algemar pessoas de bens e daremos um salto moral. Quem é o culpado pelo uso de organismos públicos para financiar partidos políticos no Rio Grande do Sul? O gravador do vice-governador Paulo Feijó. Ainda bem que as forças vivas (nalguns casos, moribundas) da Nação estão pensando em medidas justificadas e eficazes para punir os culpados: redução de escutas telefônicas, restrição à utilização de algemas, combate à 'indústria da multa', afastamento do delegado Protógenes Queiroz para um imperativo curso de aperfeiçoamento pessoal, que o ensine a não escutar conversas dos assessores e amigos do chefe e, especialmente, eliminar propinas ou incentivos a votações em parcelas mensais. Está liquidada a fatura.
Quem é o grande culpado pela violência no Rio de Janeiro? A Polícia? Os traficantes? Os consumidores de drogas? O crime organizado? Não sejamos simplórios nem maniqueístas. É evidente que são as balas perdidas. Basta ver o estrago que causam matando inocentes. São balas vagabundas sem ética nem treinamento adequado. É por isso que os bandidos já estão se armando para usar mísseis teleguiados. A Polícia, com alguns anos de atraso, também chegará lá. Não entendo como se demorou tanto tempo para tomarem essas providências elementares. Como dizem os policiais, havia antecedentes. Como dizem os juristas, havia jurisprudência. Enfim, em linguagem popular, exemplos domésticos. Afinal, todo mundo sabe que o maior culpado pelos adultérios sempre foi o sofá da sala.

JUVENTUDE EM SEGUNDO PLANO

Nossa cidade precisa urgentemente ocupar a juventude com programas culturais produtivos. Afirmo e mantenho em pé a idéia. A circunstância está simplesmente explícita nas ruas.
A falta de opções aos jovens induz à uma cidadania distante destes de ser exercida. Proponho a reflexão: o que se pode exigir ou esperar de jovens que têm limitadíssimas opções de recreação e lazer? O fato é que em nossa cidade a grande maioria dos jovens passa seu tempo livre sem quaisquer estímulos ou envolvimentos culturais. Não há cinema, teatro, shows de qualidade, exposições, apresentações entre outros eventos que deveriam ser curtamente periódicos e não apenas anuais. Sem mencionar o fato de o museu municipal estar fechado à visitação.
Existe não só a questão do enriquecimento moral e intelectual pessoal, mas também o futuro coletivo da comunidade depende disso. É perceptível pelas ruas, a improdutividade de jovens de diferentes classes, que têm muito potencial e que infelizmente não está sendo devidamente aproveitado. O duro é ter de ouvir de bocas imponentes que isto não vale à pena. Pensamento deveras preocupante. Devemos acima de tudo estimular e acreditar na potência das nossas crianças e adolescentes, que podem sim, gerar frutos positivos para a cidade.
Não há programas efetivos de recreação e incentivo à cultura. A juventude passa a maior parte do tempo perdendo tempo! E também o lazer conta pontos importantes. Faltam festas e shows, cinema, esportes mais diversos e recreação. A cultura italiana é sim importante para manter a tradição e a origem municipal vivas, mas apenas isto, não gera suficiente satisfação e relação do jovem com a nossa sociedade atual.
Os shows e festas de qualidade, não só suprem a necessidade de diversão dos jovens como também são formas de atração de pessoas de outros municípios. Divulgam a cidade, estimulam o comércio e a própria massa pagante a retornar à cidade.
Talvez a contratação de professores para atividades extracurriculares pelas escolas municipais abertas a toda a população seja uma medida muito viável. É certo que antes da cultura, habitação e emprego são os fatores básicos, mas será mesmo que de toda a verba e renda disponível no município, uma parte não poderia ser destinada ao exclusivo usufruto dos jovens?
As crianças e adolescentes precisam mais que instrução escolar, pão e circo. Quanto é investido nesta parte? A juventude em segundo plano? O futuro em segundo plano? E amanhã, quem assumirá o poder? Os nulos culturais ricos em tradicionalismo? É pra se pensar.

DESACATO

Quero lançar no ar meu desacato
O que é imposto ao meu povo calado
O que nos serve a classe dominante?
Eu vou vestir meu terno de pecado

Por que me arranca esse dinheiro sujo?
Por que me fazes bicho alienado?
Por que acomodas o povo sedento?
Oferecendo esgoto abençoado

Qualquer idéia é mera saliência
Na linha rígida da impunidade
Nasce tão puro em tempo sem vergonha
É moribunda qualquer boa vontade

De tanto vale o voto do faminto
Batiza o feto o padre embriagado
Desaba o teto do templo sagrado
A porta fecha ao fim do labirinto

Às oito horas vejo a minha cara
As nove e meia meu destino torto
As onze dorme o Brasil na vala
Pra no outro dia acordar mais morto

DESCONCERTO

Cadê os gritos?
Os teatros estão vazios
Os livros estão tão sós
Os teatros estão vazios

Cadê as faixas?
As avenidas estão caladas
As vozes estão varridas
As avenidas estão caladas

E os desejos?
Os esgotos estão tão cheios
Os corações em falência
Os esgotos estão tão cheios

Cadê a música?
Os ouvidos não são usados
Cadê a justiça?
Os ouvidos não são usados

Cadê a limpeza?
No congresso há leptospirose
Adeus decência
No congresso há leptospirose

Mas e a consciência?
Com a ciência beijando a preguiça
Tele-decadência
Com a ciência beijando a preguiça

Há tanta sede
Mas há um rio dentro de cada besta
Cultura seca
Mas há um rio dentro de cada besta

Que desconforto
Na tua suíte o feijão é doce
Que absurdo
Na tua suíte o feijão é doce

Fique calado
E decepcione a tua própria morte
Morra sem ter vivido
E decepcione a tua própria morte

Durma acordado
E acorde para que o destino mude
Ocupe o espaço
Acorde enquanto ainda há juventude

terça-feira, 12 de janeiro de 2010


TROCA DE PAPÉIS

Há muito inverteram-se os papéis da família e da escola, frente à educação dos alunos. Diariamente presencia-se na sala de aula, uma postura cada vez mais transviada das crianças e adolescentes. Apavorante! Preocupante! Estas palavras resumem o sentimento sobre fatos inaceitáveis no meio educacional.
Já são comuns as notícias de violência contra professores, entre colegas, atos imorais e marginais de alunos. As situações são diversas. Mas o que muitas vezes gera dúvida é: quem está fora de seu papel, a família que não educa, ou a escola que não prepara?
E é aí que entra outra questão: qual o papel da família e qual é o da escola?
Em tempos passados os alunos tinham uma educação moral e social inabalável construída pela família (por esta ser o primeiro agente de socialização), mas com a forma de vida contemporânea capitalista, vem se perdendo os mesmos em meio ao corre-corre e o stress do dia-a-dia.
O papel da escola é formar pessoas, seres críticos, pensantes, cultos e preparados para o mercado de trabalho. É lidar com elementos seguintes à formação básica social e moral. Formação esta, que se deve totalmente aos cuidados da família. Educar, ensinar as crianças a praticar o que realmente são valores morais. Embasados por esse modelo familiar, dirigem-se à escola para uma segunda fase.
Quando os professores ou diretores das escolas necessitam chamar os pais por algum desvio comportamental do aluno, é rotineiro ouvir: “É isso que a escola está ensinando a meu filho?”. Absurdo! Muitos pais pensam que os filhos freqüentando a escola serão automaticamente bem formados, com a parte que eles próprios esqueceram. Pura ignorância.
Na escola antiga, os professores chamavam os pais para resolverem os problemas de comportamento dos filhos, hoje os pais vão à escola para exigir dos professores essa atitude. Como que se estes fossem grandes magos com poderes de moralização instantânea.
O problema nacional parece estar distante de dentro das casas. Muito pelo contrário. A família deve colocar-se em seu lugar e dar uma base sólida à socialização e moralização das crianças. Consequentemente a escola, recebendo estes indivíduos fará sim, seu papel real com muita eficiência e um resultado final compensador.
É assim que teremos uma escola eficiente, potente para soltar ao mundo, pessoas éticas e intelectualmente ativas. Assim, automaticamente se construirão bons profissionais, assim se construirá a paz, assim se construirá um país. Ou talvez seja mais cômoda essa atual negligência e esse vício alienado de se andar em círculos.

PONTA-CABEÇA

A chuva atravessada
Me molha devagar
Com cheiro de chuva desapressada

Se lembra meu amigo
Quando a vida era excitação
Tudo era belo e divertido

A gente saía sem rumo
Andava sem horas pela noite
A gente sentia o mundo

Nossa turma jovem
Elite da malandragem
No topo da pirâmide da desordem

Vamos voltar àquele tempo
Onde não havia preocupações
Daquele bom e velho jeito

Nosso trabalho é tão chato
Nossas caras tão sérias
Será nosso sonho tão barato?

E as segundas-feiras de férias
Assim como as terças e quartas
Nossas felizes insanas idéias

Cara, vamos jogar isso pro alto
Vamos deixar a vida de ponta-cabeça
Saciar hoje nossa sede de asfalto

As aventuras eram felizes
Agora vejo a vida estática
Cultivando velhas cicatrizes

Meus melhores amigos de sempre
Cadê nosso espírito desajuizado?
O nosso “dane-se” tão sagrado

E se déssemos uma chance ao acaso?
Você não se sentiria melhor?
E se déssemos uma chance ao bom do passado?

Parece que estamos envelhecendo
Três meses a cada dia
De tempo em tempo é preciso que esteja chovendo

E eu assim como vocês a não sorrir
Transpiro decepção e tédio
De tempo em tempo é preciso deixar a chuva cair.

A chuva atravessada
Ainda me molha devagar
Com cheiro de chuva desapressada