sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

DESCONCERTO

Cadê os gritos?
Os teatros estão vazios
Os livros estão tão sós
Os teatros estão vazios

Cadê as faixas?
As avenidas estão caladas
As vozes estão varridas
As avenidas estão caladas

E os desejos?
Os esgotos estão tão cheios
Os corações em falência
Os esgotos estão tão cheios

Cadê a música?
Os ouvidos não são usados
Cadê a justiça?
Os ouvidos não são usados

Cadê a limpeza?
No congresso há leptospirose
Adeus decência
No congresso há leptospirose

Mas e a consciência?
Com a ciência beijando a preguiça
Tele-decadência
Com a ciência beijando a preguiça

Há tanta sede
Mas há um rio dentro de cada besta
Cultura seca
Mas há um rio dentro de cada besta

Que desconforto
Na tua suíte o feijão é doce
Que absurdo
Na tua suíte o feijão é doce

Fique calado
E decepcione a tua própria morte
Morra sem ter vivido
E decepcione a tua própria morte

Durma acordado
E acorde para que o destino mude
Ocupe o espaço
Acorde enquanto ainda há juventude

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