sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

DESACATO

Quero lançar no ar meu desacato
O que é imposto ao meu povo calado
O que nos serve a classe dominante?
Eu vou vestir meu terno de pecado

Por que me arranca esse dinheiro sujo?
Por que me fazes bicho alienado?
Por que acomodas o povo sedento?
Oferecendo esgoto abençoado

Qualquer idéia é mera saliência
Na linha rígida da impunidade
Nasce tão puro em tempo sem vergonha
É moribunda qualquer boa vontade

De tanto vale o voto do faminto
Batiza o feto o padre embriagado
Desaba o teto do templo sagrado
A porta fecha ao fim do labirinto

Às oito horas vejo a minha cara
As nove e meia meu destino torto
As onze dorme o Brasil na vala
Pra no outro dia acordar mais morto

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